Nem sempre imaginamos esse olhar de simpatia, com que Tu nos olhas, ó Senhor. As advertências, que interiorizámos desde a infância, têm mais a ver com esse olho que nos espia e persegue e que era representado no interior dum triângulo colocado no alto de algumas igrejas, como símbolo da Trindade. Mas o que o Evangelho nos diz, no episódio do jovem rico, é que Jesus o olhou com afecto, talvez mesmo com admiração, porque se tratava duma pessoa que desejava ir mais longe, no seu progresso espiritual.
Um olhar que é sinal e sacramento da benevolência com que Tu, ó Pai, olhas para todos e cada um de nós inclusive quando somos pecadores. Não é um olhar de "big-brother", como o olhar do irmão mais velho do filho pródigo. É antes o olhar que busca a ovelha perdida e a reconduz, aos ombros ao convívio da comunidade.
Esse olhar que, quando nos atinge, ou melhor, quando nós deixamos que nos atinja, nos converte. Não é possível ficar indiferente ao teu amor. Por isso ele nos cura e salva.
O Evangelho dá-nos notícia frequente dele e sempre aqueles que se deixaram olhar por Jesus, foram por Ele seduzidos e se tornaram seus discípulos. Também nós, hoje te pedimos, ó Pai, que nos despertes para esses olhos com que continuas a olhar-nos e a significar-nos a paternidade com que nos amas.
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